sexta-feira, 25 de julho de 2014

Os velhos sonhos também se realizam!

A reativação desse blog já era um desejo que eu tinha, mas não sabia quando, como, nem qual a oportunidade certa para recomeçar. Eis que no meio de um sonho, renasce a vontade de voltar a "habitar" aqui também.
Minha última postagem foi em junho de 2013 - Qual o preço de um SONHO? -, ou seja, há mais de um ano, e a postagem anterior a essa foi em março de 2012. Os grandes espaços de tempo tem justificativa: VIDA. E que vida corrida. (De fato que se tivesse organizado um tempo daria para atualizar, mas não tinha mais aquela vontade de todo iniciante no mundo dos blogueiros).


Enfermagem (2012-2013): Amadurecimento e Decisão.


Em uma outra postagem relatei que havia sido aprovado em Enfermagem - Um novo universo- e que cursaria, mas que não desistiria do sonho de fazer medicina (Não explicitado no post). E assim aconteceu, EU NÃO DESISTI! Enfermagem é um curso maravilhoso, mas quando você não está disposto a se envolver, torna-se uma tortura (sim, esse era o adjetivo que melhor traduzia o que eu estava sentindo). O início foi lindo, eu gostava das matérias do ciclo básico, afinal, eram comuns a todos os cursos da saúde, mas só em saber que eu poderia estar vendo todas elas em Medicina, muitas vezes me desestimulou a estudar. O que me prendeu por 1 ano e 1 mês em Enfermagem foi primeiramente a minha turma Enfermufpi 73 (Uma vez 73, sempre 73) e tudo o que envolvia movimento estudantil. Fiz parte do Centro Acadêmico, que tenho uma enorme gratidão por todo o conhecimento obtido e pelo excelente trabalho em politizar um curso da saúde. Através dele, conheci a Assembleia Nacional de Estudantes Livre - ANEL- que aprofundou a politização e a quem eu devo um aprendizado e conhecimento de mundo muito grande. Saí das grades da universidade e conheci uma realidade muitas vezes camuflada pelas belas propagandas eleitorais. O movimento estudantil já me tomava muito tempo e no fim de 2012, assumi a coordenação do EJC, logo tempo pra estudar = praticamente zero. Além disso, ficamos um ano, praticamente, em campanha para o DCE e quando conseguimos ganhar a eleição, passei menos de 1 mês na diretoria, porque começou a brotar a angústia e tive que tomar uma DECISÃO: UFPI (garantia/segurança) x MEDICINA (sonho).
O resultado da batalha, não foi logo de cara a Medicina.


Pré-Vestibular (2013-2014): O choque de realidade, a força e a vontade de vencer.



Em abril de 2013 entrei no cursinho pela manhã, e vou falar a realidade, entrar com o barco (cronograma do curso) em alto mar (quase meio do ano) não foi fácil, era muito conteúdo perdido e muito conteúdo sendo ministrado, daí surgia a dúvida: acompanhar o assunto ou começa a estudar do Zero?

Infelizmente a duvida vinha toda semana, algumas matérias eu começava o assunto do início, outras acompanhava o que o professor tava falando em sala, conclusão: virou uma bagunça. Infelizmente não consegui revisar o conteúdo inteiro e não fui bem nos vestibulares que fiz.
Não posso deixar de dizer que fiz grandes amigos no pré, pois foi na hora do aperreio que só quem também está na luta consegue te entender. Os "bichim réi", hoje MedFulecos, foram fundamentais para que a luta diária não enlouquecesse. E Kelly, companheira de todas as aulas e refúgio de quase todos os momentos.
O conhecimento e as lições adquiridas em 2013, só começaram a "fazer efeito" em 2014. Depois da bomba em todos os vestibulares, voltei para o pré-vestibular, mas praticamente tudo diferente.
Meu carnaval foi diferente, foi no Retiro Espiritual da Comunidade Católica ORE, simplesmente, obtive muitas respostas que precisava ouvir e me fortaleceu para lutar mais um ano pelo meu sonho. Nesse retiro entendi o porque é necessário ter FÉ e confiar em Deus. Ele me mostrou que só realizaremos nossos sonhos se corrermos atrás deles e principalmente, que estará do nosso lado em todos os momentos, nas fraquezas, Ele nos levantará ou até mesmo nos levará no colo para que descansemos. E o que mais pedi (força e coragem para lutar), Deus me concedeu.
Logo após o Carnaval, matriculei-me novamente no CEV. Entrei um pouco atrasado no curso que já tinha começado, perdi um mês de aula. Mas todos nós temos amigos-anjos e antes de eu voltar para o pré, Kelly já tinha me passado todos os conteúdos que foram ministrados. Comecei a estudar assim que os recebi, não no ritmo que exigiam, mas já era um bom começo para não cair de paraquedas no meio das aulas.
Quando começaram as aulas o que mais me impressionou foi a minha empolgação para estudar!

(Essa parte é mais interessante aos medvestibulandos)


Nunca tinha estudado no turno da tarde, mas me adaptei rapidamente. Entrei numa turma muito bacana (e pequena, comparada a de 2013), que desejo o sucesso de todos! E até que enfim, criei uma rotina! O horário das aulas eram de segunda a sexta das 14h às 21h20, chegava em casa comia descansava e umas 23h, no máximo 23h30, já estava com a cara nos livros, estudava normalmente até 1h30 e ia dormir e acordava geralmente 8h30, mas independente da hora que fosse deitar, dormia 7h por noite contadas no relógio (suficientes para o meu organismo descansar, as vezes dormia um pouco mais). Ao acordar, tomava café assistia um pouco e 9h ou 9h30, já estava estudando, dava uma pausa pra lanchar 10h40 e estudava de 11h até 12h/12h30 - Hora do almoço ( que variava dependendo do dia da semana e como iria para o colégio).

Os sábados pela manhã era o momento de descanso e a tarde fazia os simulados (muito importante para testar conhecimento e regular seu tempo), no CEV, eles diminuíam 30 minutos do tempo de prova para quando chegar no dia das provas do ENEM estar adaptado a fazer a prova longa, conscientemente em um tempo menor que o exigido. Confesso que no começo não gostava, mas depois fui me acostumando. Os sábados a noites também descansava.
Os domingos dormia até mais tarde mas dava uma estudada no período da tarde e a noite quase sempre disponibilizavam no site o gabarito dos simulados. Era a hora de ver o que errava, tentar refazer as questões e caso não conseguisse, levava as dúvidas aos colegas e professores.
Nunca fique com dúvidas!


Aprovação (20 de junho de 2014): O sonho se realiza!


Eu já não estava me preocupando tanto com o tempo, só estava fazendo a minha parte, ESTUDANDO! Tive que abdicar de muitas coisas que eu gostava de fazer, mas era necessário, afinal na minha mente seria só por um ano. Não imaginei que seria por apenas 3 meses e 10 dias. Como já havia dito aqui, o conhecimento adquirido em 2013 ( os conteúdos da metade do ano para o final de cada matéria) só vieram acrescentar com os estudos (organizados!) de 2014 (do início até a metade), ou seja, "completei" o cronograma das disciplinas, principalmente de Biologia e Quimica (paixão de quase todo medvestibulando).
Mesmo não sentindo segurança nos conteúdos, fiz minha inscrição na Novafapi (notas do Enem 2013) e na temida Facid (vestibular tradicional). Temida devido ao seu vestibular dificílimo (Química que o diga), mas agora parte do grupo Devry, ninguém sabia ao certo como seria o estilo da prova. E só soube em 01/06/2014, dia da prova, que, felizmente, a prova tinha mudado. Agradeci e ainda agradeço a Deus todos os dias por terem mudado o estilo (rsrsrs)! Fiz a prova tranquilamente e em menos de 3h tinha feito todas as questões da prova, faltava a redação que parece que foi feita pra mim! Tema: Racismo. Não digo que dominava o tema, mas tinha bons fundamentos e principalmente argumentos para debater o tema e propor intervenções. Para quem tem letra grande e escreve demais, 30 linhas são consideradas um verdadeiro terror que te limita, mas na Facid, eram 40 linhas, suficientes para escrever tudo o que eu tinha esquematizado quando fiz a primeira leitura do tema. E assim terminei a prova! Com um sentimento de dever cumprido, mas com o pé atrás por ter achado o nível da prova "fácil". E assim passaram-se os dias, naquela apreensão de querer passar, mas não tinha certeza se iria passar, já que muitas pessoas tinham feito uma pontuação acima da minha.
Dia 11/06/2014 
Saiu o resultado individual e eis que saiu a minha colocação: 46º colocado, ou seja, era o 6º na lista dos classificáveis. Fiquei muito feliz pelo meu desempenho! Agora era só esperar e torcer para que 6 pessoas desistissem!
Dia 13/06/2014
Saiu a lista oficial dos classificados e eu rezei muito para que pelo menos 6 desistissem. Mas só saberia oficialmente em 1 semana. Semana essa que fui normalmente para o cursinho.
Dia 20/06/2014
Dia de grande tensão, não estudei nada, extremamente ansioso pelo resultado e as 12:05 o resultado saiu.

Sabe quando o sonho que você nem lembra quando começou a sonhar está na sua frente? Pois é, essa foi a imagem que eu vi. Eu fui chamado! Acho que passei uns 10 minutos só olhando, parado, sem reação! Foi quando minha mãe me ligou que eu aterrissei e percebi: Sim, fui aprovado.
Antes tinha um certo preconceito com faculdades particulares, afinal quem não sonha em cursar numa faculdade pública (no meu caso eu queria voltar pra UFPI), mas a luta árdua faz com que você reveja os seus (pre)conceitos.
Não há palavras para descrever o peso que você tira das costas. É uma felicidade que não cabe só em você e transborda!
Agradeci a Deus por ter me dado essa oportunidade e por me guiar em todos os momentos. 
Foi nesse dia que eu vi toda uma trajetória de vida passar pela minha mente e a vontade de reativar esse blog ganhou uma oportunidade: Contar um pouco da rotina de um estudante de medicina e encorajar aqueles que tem esse sonho a não desistirem e irem em busca de realizá-lo.

Hoje, falta exatamente uma semana para iniciarem as aulas e nem preciso dizer que estou extremamente ansioso. Vou ser calouro mais uma vez (tá, pra quem já foi por quase um ano, seis meses é fichinha), mas agora um MEDCALOURO!
Não poderia terminar esse (longo) post sem agradecer a todos aqueles que participaram de cada momento dessa luta, em especial a minha família que SEMPRE me apoiou, incansavelmente! Aos meus Amigos de Verdade que acompanharam de perto o início dessa luta e em todos os momentos deram palavras de confiança. Aos demais amigos da ESH, da Enf73, da UFPI, do ME, do CEV, do EJC, da ORE (quantas siglas, rsrsrs), agradeço pela torcida e pelas orações. 
Mas não canso de agradecer a Deus por não me abandonar e principalmente por me ensinar a esperar no tempo dEle!
Enfim, acho que escrevi demais. Mas não poderia deixar de registrar para que, futuramente, eu volte aqui e relembre um pouco dessa trajetória.

Declaro o blog REABERTO!